Festivais

No processo de tomada de decisão relativa a festivais há diferentes variáveis que influenciam a escolha - cada uma à sua maneira e umas com mais importância que outras. Ambiente, condições de campismo, preços de bilhetes ou datas são questões obviamente importantes. Mais importante que tudo isto será o programa do festival. Talvez mais que a qualidade de cada banda em si, dou importância ao que à novidade e variedade diz respeito. Por muito que goste de Sonic Youth, por exemplo, já os vi uma vez, vou ver outra no próximo mês e chega por uns tempos. Não era, por isso, um nome que escolheria para ver num festival de Verão este ano, embora seja uma das bandas que mais gosto e admiro. Por isso mesmo o Alive deste ano não me atrai. Por não terem apostado em coisas novas que por aí andam, que estão neste momento a despontar, não penso em ir ao festival de Oeiras. Apesar de ter, indiscutivelmente, nomes de grande qualidade, vontade de ir não há. Pela mesma razão, por gostar de ver coisas novas e que não conheça, algum dia terei de ir até Austin, ao South By Southwest, assim como ao Primavera Sound, em Barcelona, para ver bandas na altura certa. Por muito que possam discordar, não é a mesma coisa ver uma banda quando esta “está mesmo a acontecer” ou vê-la um ano mais tarde. Claro que é sempre complicado trazer ao nosso país as bandas certas no momento certo, já que geralmente Portugal não faz parte dos destinos capitais…

Por esta e por outras razões – nomeadamente o ambiente único do festival - Paredes de Coura é, para mim, a marca top of mind dos festivais de Verão no nosso país. Quando penso em festivais, o primeiro que me vem à cabeça é Paredes de Coura. Talvez por não ter ido a muitos mais. Talvez por Coura apostar em brand new stuff – exemplos disso não faltam designadamente os Arcade Fire, que em 2005 tinham lançado Funeral na Europa há poucos meses, os Temper Trap no ano passado ou a aposta em Digitalism, Crystal Castles ou Justice quando estes ainda eram desconhecidos do público em geral, entre muitos outros! Talvez por, desde 2005, haver sempre algum espectáculo que me surpreenda ou por ficar a conhecer alguma banda que desconhecia até então. O que sei é que, mesmo antes de saber algum nome do cartaz, já tenho o festival escolhido. É o do costume. Aquele que, além de coisas novas também tem sempre consagrados como Pixies, Sex Pistols, Jon Spencer, Sonic Youth, Yo La Tengo, Nick Cave, PJ Harvey, Bauhaus ou BRMC - este ano podiam bem ser os Pavement - tudo com um selo de qualidade inquestionável.

Fangela, dos Here We Go Magic, que estiveram em Austin e vão ao Primavera.